Translate

Translate

sábado, 4 de maio de 2013

O DIDATISMO NA LITERATURA




O didatismo na literatura infantil não é um fenômeno recente. As histórias eram contadas às crianças com o intuito de ensinar e educar com intenções doutrinárias, didáticas, religiosas e ideológicas. Da moral das fábulas gregas clássicas de Fedro e Esopo às lições dos contos de Charles Perrault no século XVII, o objetivo era que qualquer prazer que uma criança conseguisse extrair da leitura fosse ligado a alguma forma de aprendizado. A própria idéia de infância não podia se separar da idéia de educação (Machado, 1999). Uma tendência que permanece viva e viril, apesar dos estudos acadêmicos e discussões sobre a literatura infantil e sua importância na formação do leitor, da pessoa e do próprio ser humano.
Por que estragar a literatura usando-a como pretexto? Que funcionalidade há nessa metodologia de Ensino? Sabemos que dentre as maiores queixas dos professores estão no fato de seus alunos não gostarem de ler. Onde será que está a raiz desse problema? Será que enquanto educadores e mediadores não temos culpa no cartório?
A leitura deve ser algo prazeroso, que permita o leitor fazer uma viagem maravilhosa, sonhar, adquirir conhecimentos de forma espontânea, se colocar enquanto personagens, inferir, questionar, criar, criticar, sem imposições e prioridades didáticas.
A leitura instrumentaliza o aluno a escrever, a criar, a aprender, a interpretar e muito mais, sem que seja vista como uma obrigação. Precisamos rever o papel da leitura, em casa, na Escola, e nas diversas instituições de ensino. Precisamos formar pessoas inteligentes, reflexivas, autônomas que busquem espontaneamente conhecimentos, que sintam prazer em abrir um livro, que busquem mais e mais conhecimentos.
Pensem no contar histórias em nossa infância. Quantos não se sensibilizam ao ser conduzido a se lembrar da pessoa que foi seu contador de histórias quando eram crianças? O pai, a mãe, uma tia, uma prima. Não importa quem exerceu essa função, o que interessa é o papel importante que representou em nossa vida, em nossa formação pessoal. Existem terapias que se baseiam, sobretudo, no contar histórias ao paciente. Por que será?

Nenhum comentário:

Postar um comentário