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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Declaração Universal dos Direitos da Água




Em 22 de março de 1992 a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o "Dia Mundial da Água", publicando um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água". Eis o texto que vale uma reflexão:
1.- A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos.
2.- A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura.
3.- Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.
4.- O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
5.- A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
6.- A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
7.- A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
8.- A utilização da água implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
9.- A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
10.- O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.



CARTA DE UM FILHO AO PAI ALCÓLATRA





Perdoe-me pai, é importante que leia meu desabafo, sempre falei que quando crescesse queria ser igual ao senhor. Mas infelizmente eu mudei de idéia, não imaginava o que sofremos quando anoitece e não vem para jantar, pois só chega de madrugada assim mesmo embriagado.
Olhe, não me importa que chute os meus brinquedos, pise-os e atire contra a parede, bata raivosamente em mim sem motivo quando lhe pergunto: por que o senhor não deixa de beber. Pai não me envergonha de usar roupas velhas, sapatos furados e nem me incomodo com o pouco alimento que como. Na verdade nada disso teria importância se o senhor não bebesse. Por favor, não fique parado nos bares perdendo seu tempo, seu dinheiro e, sobre tudo sua saúde, bebendo e farreando ao lado daqueles que dizem ser seus amigos. Lembre-se que nós precisamos do senhor.
Eu queria apenas tê-lo em casa toda a noite para dizer antes de deitar: benção pai! Sabe, eu senti muita pena em vê-lo um dia desses, deitado na calçada. Os garotos que passavam, começaram a atirar pedras, seus cigarros estavam espalhados pelo chão, seus bolsos revirados e lá estava uma garrafa de cachaça quebrada em seus pés. Pedi para que não fizesse aquilo e eles me perguntaram: “Você conhece esse cachaceiro?...” Poxa pai, tive vontade de dizer não! Mas lembrei que certa vez me disse: “Filho, o verdadeiro homem não diz mentiras”, então tomei coragem e respondi: “Sim conheço, é o meu pai”. Eles riram e falaram, se fossemos você, teríamos vergonha de chamar esse bêbado de pai.
Baixei a cabeça humilhado, meus olhos se encheram de lágrimas e chorei, tentei erguê-lo para que levantasse, enxuguei seu rosto suado pelo sol do meio dia, contudo meus esforços foram inúteis, o senhor parecia não ouvir, dizia palavras incompreensíveis e rolava de um lado para o outro na calçada imunda.
Os garotos foram embora dizendo: “Você está lidando com um pau d’água sem vergonha, deixe-o pode ser que ao tentar atravessar a rua um caminhão passe por cima dele e o mate". Pai foi duro ouvir aquilo. Eu senti como se o mundo inteiro desabasse sobre mim. Querido pai, porque o senhor não procura Alcoólicos Anônimos para deixar de beber? Talvez seja sua grande oportunidade”.
Não se envergonhem eles irão recebê-lo bem. Antes de terminar quero que saiba de uma coisa, o voto que fiz de amá-lo e respeitá-lo, querer lhe bem, hei de cumprir, mas... Quando crescer, não quero ser mais igual ao senhor.



Educação De Valores E Emoções Já! O Grito Mais Urgente Na Agenda Da Nação!



ESCOLA ALMIRANTE CARNEIRO RIBEIRO
Cosete Ramos

O grito mais urgente na agenda da nação!

O filho comete uma, duas, três pequenas falhas.

O pai sabe. A mãe sabe e os irmãos também.

A família se cala. A família consente.

E lá se vão os valores familiares...

O aluno cometeu um, dois, três pequenos deslizes.

Os colegas sabem. Os professores e direção também.

A Escola se cala. A Escola consente.

E lá se vão os valores educacionais...

O jovem cidadão comete uma, duas, três infrações menores.

Os membros da Sociedade sabem.

A Sociedade se cala. A Sociedade consente.

E lá se vão os valores sociais...
- Afinal, quais são os limites? Tudo é permitido? É proibido proibir?

Até onde é possível ir? Vamos experimentar novas emoções?

- Que tal beber “quentão” na festa junina da escola? Que sensação!

Tudo bem. Podemos ir mais em frente. Nada aconteceu.

E agora? O que vamos aprontar? Qual será a próxima emoção?

- Apostar um “pega” no carro do papai? Que liberdade! (nas conversas em família e com amigos todos comentam as peripécias do adolescente: “um verdadeiro ás no volante”).

Tudo bem. Podemos continuar nada aconteceu.

- E hoje? Qual é a emoção do dia? O que faremos para passar o tempo?

- Jogas ovos nos transeuntes? Que 
massa!

- Mostrar o “bumbum” pela janela do veículo?

- Pichar as paredes do bloco?

- Quebrar os orelhões?

- Dar tiros nas placas de trânsito?

- Tudo bem. Podemos avançar mais. Nada aconteceu.

- E nesta madrugada? É preciso uma emoção diferente, a maior de todas.

- Qual? Olha ali, um mendigo deitado, dormindo na parada de ônibus!

- Vamos comprar álcool e fazer uma pequena fogueirinha?

- Só quero ver o pulo que o cara vai dar.
Um fala. Os outros calam. Todos consentem!

O momento do martírio pegou a Sociedade adormecida.

A família estava calada. A família consentiu.

A escola estava calada. A escola consentiu.

A igreja estava calada. A igreja consentiu.

A sociedade estava calada. A sociedade consentiu.

O governo estava calado. O governo consentiu.

O momento do martírio acordou todos que dormiam.

O desatino, a insanidade e a impunidade haviam ido longe demais!

Um grito de emoção sai em uníssono da boca do povo brasileiro.

Um grito comandado pelos autênticos valores da cidadania.

- Basta. Não vamos ficar calados. Não conseguimos mais.

- Outro grito de razão soa claro e urgente.

Outro grito comandando a inclusão de um novo item na Agenda da Nação Brasileira para o 3º Milênio.

- Educação de valores e emoções já!


Na Família, na Escola, na Igreja, no Governo e em toda Sociedade.

A CULTURA QUE PRECISAMOS


Não podemos ficar nas montanhas. Há gente demais nos campos. Todos 
os economistas estão de acordo neste ponto. E mesmo que não tivessem!? 
Ponha-se na pele dos meus pais, que se o seu filho ficasse isolado, 
afastado do resto do mundo. Portanto, é preciso que a senhora nos 
aceite, mas não só, servem para mão-de-obra disponível. Todas as classes 
têm a sua cultura própria e não há uma classe que tenha mais ou menos 
cultura que a outra. 
Damos-lhe aquela que trazemos em nós, professora. E 
um pouco de vida na secura dos seus livros escritos por pessoas, que a 
única coisa que fizeram na vida foi ler outros livros. 
Abra um manual da escola primária. Só se vêem plantas, animais, estações. 
A primeira vista, parece que só poderia ter sido escrito por um camponês. Mas os  autores do manual vieram da sua escola. Basta observar as ilustrações: 
camponeses canhotos, enxadas, ferreiros com utensílios do tempo dos 
romanos, cerejeiras com folhas de ameixeira. 
A minha professora da primeira série disse-me uma vez: "Suba nesta árvore e colha duas cerejas". Quando a minha mãe soube, exclamou: "Só rindo mesmo! Quem é que deu o diploma a essa professora?" Deram o diploma a ela, e o 
recusaram a mim, que nunca errei o nome de uma árvore. Que conheço todas 
e posso descrevê-las. (...) 
Também sobre os homens a senhora sabe menos que nós. 
O elevador é uma máquina que serve para ignorar os outros 
locatários. O automóvel, uma máquina que serve para ignorar as pessoas 
que vão de ônibus. O telefone, uma máquina que serve para não se olhar o 
interlocutor de frente e para não entrar na casa dos outros. 

Talvez não seja o seu caso, professora, mas os seus alunos que tão bem conhecem Cícero, de quantos seres vivos conhecerão intimamente a família? Na cozinha de quantos já entraram? Em companhia de quantos já entraram, já 
velaram? De quantos já sepultaram os mortos? Com quantos poderão contar 
numa aflição? Se não tivesse havido a inundação, ainda hoje não saberiam 
de quantos membros se compõem a família do térreo. Eu passei um ano na 
sua escola e não sei nada sobre a família dos meus colegas (...) 
Diariamente mil motores estremecem os ares, o ruído que fazem entra 
pela sua janela, mas a senhora não sabe quem os faz trabalhar nem onde 
vão. Eu sei ler todos os ruídos deste vale. Aquela moto que se houve lá 
ao longe e o Metrô que vai a caminho da estação é já está atrasado. Quer 
que eu lhe diga tudo o que se sabe sobre centenas de pessoas, dezenas de 
famílias, sem esquecer os parentescos, as ligações? A senhora não sabe 
como se deve falar com um operário as palavras, o tom, os gracejos tudo 
cai mal, soa falso. 
Eu sei em que um camponês está pensando quando se 
cala e porque às vezes pensa uma coisa e diz outra diferente. É 
esta a cultura que os poetas e que a senhora admira, sempre desejaram ter. 
Nove décimos do mundo a possuem e ainda ninguém foi capaz de escrevê-la, 
pinta-lá, filma-lá. 
Ao menos seja modesta, professora. A sua cultura 
tem, como a nossa, grandes lacunas. Talvez ainda maiores que a nossa. E 
certamente mais prejudiciais a um professor de escola primária.

(Adaptado de: Alunos da escola de Barbiana. Carta a uma professora. 4a ed. Lisboa, Editorial Presenca, p.132-5).
 

terça-feira, 28 de maio de 2013

A CRIANÇA COM COMPORTAMENTO AGRESSIVO


De acordo com Chamat (2008), é uma criança que não consegue controlar seus impulsos agressivos, tanto em relação ao outro como nas atividades escolares, prejudicando a assimilação/acomodação, devido a sua falta de atenção e concentração. Sua mente fica centrada na obtenção do prazer inconsciente, motivada pelo id.
O comportamento agressivo pode ter causas orgânicas ou afetivo-emocionais. Quando a causa é orgânica, o psicólogo deve dirigir o tratamento. A disfunção neurológica pode provocar excesso de irritabilidade, desencadeando uma postura agressiva.
A problemática afetivo-emocional pode ser desencadeada a partir da falta de afetividade e continência por parte dos genitores, a qual aliada à agressão estimula o comportamento de revide. Na maioria das vezes, a criança agride porque se sente agredida na realidade ou em suas fantasias do inconsciente. Nessa segunda opção, sente-se perseguida no seu interior. As origens encontram-se na relação com a genitora nos primeiros meses de vida.
Este tipo de criança normalmente apresenta baixa auto-estima e suas perspectivas para o futuro são muito incertas. Essa criança sente-se muito cobrada no comportamento adulto e desprezada em suas infantilidades, o que afeta bastante sua identidade, empobrecendo o uso das defesas do “ego”.
Recomenda-se um comportamento continente por parte dos pais e educadores, sempre buscando compreender e auxiliar a criança a expor seus sentimentos de forma tolerável para todos.

PARÓDIA DO TRIÂNGULO



PRODUÇÃO: alunos do 7º ano da Escola Cristã Adonai


Música: Sou eu assim sem você
Autores: Claudinho e Buchecha

Polígono engraçado
Tá na vela do barco
E aqui, bem no meu telhado

Pode ser equilátero
Isósceles, escaleno
Depende de como é seu lado

Por que ele foi feito assim?
Tão engraçado para mim
Eu te vejo num brinquedo
Na escola e no livreto
Tá todo tempo perto de mim

Triângulo obtusângulo
Acutângulo ou retângulo
Não sei o que escolher
Com apenas três lados
Eu já posso montá-lo
Pra todo mundo entender

Tô louco pra poder criar
Tô louco pra sujar as mãos
Recortando e colando
Aos poucos vou montando
O que falta para a conclusão

Eu preciso muito aprender
O porquê de você ser um polígono
Eu conto os vértices para te entender
Mas ver os ângulos também é preciso

Por que? Por que?

Polígono convexo
Com três ângulos internos
Só assim eu posso te ver
Teoremas te completam
Bissetrizes e retas
O que tem mais pra aprender

Por que ele foi feito assim?
Tão engraçado para mim
Eu te vejo num brinquedo
Na escola e no livreto
Tá todo tempo perto de mim

Eu preciso muito aprender
O porquê de você ser um polígono
Eu conto os vértices para te entender
Mas ver os ângulos também é preciso

Eu preciso muito aprender
O porquê de você ser um polígono
Eu conto os vértices para te entender
Mas ver os ângulos também é preciso





RAP DO PRECONCEITO


PRODUÇÃO: ALUNOS DO 7º ANO DA ESCOLA CRISTÃ ADONAI

Preconceito existe (Refrão)
Preconceito racial
Preconceito existe (Refrão)
Preconceito social
Preconceito existe (Refrão)
Preconceito sexual
Preconceito existe (Refrão)
Preconceito de cor
Preconceito existe (Refrão)
Preconceito econômico
Preconceito existe (Refrão)
E agora, preconceito geográfico, por quê?

Preconceito existe (Refrão) 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

ZONAS DE DESENVOLVIMENTO E CONCEITOS ESPONTÂNEOS E CIENTÍFICOS - VYGOTSKY


REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Rio de Janeiro: vozes. 1997.

ZONAS DE DESENVOLVIMENTO E CONCEITOS ESPONTÂNEOS E CIENTÍFICOS

Segundo Vygotsky, a dimensão social é muito importante para a formação do sujeito porque fornece elementos, mecanismos e formas de comportamento que medeiam a relação do individuo com o mundo. O desenvolvimento pleno do individuo depende da aprendizagem resultante de suas interações com o meio em que vive. Consequentemente, o aprendizado representa um fator necessário e universal ao desenvolvimento das características psicológicas humanas e culturalmente organizadas.
Fundamentado nesses pressupostos, Vygotsky enfatiza as relações entre desenvolvimento e aprendizado, analisando esta questão sob dois enfoques: um que diz respeito à compreensão da relação geral entre o aprendizado e o desenvolvimento; o outro se refere às particularidades desta relação no processo escolar.
Em seus trabalhos Vygotsky distingue dois níveis de desenvolvimento do indivíduo: o nível de desenvolvimento real ou efetivo e o nível de desenvolvimento potencial. O primeiro se refere às conquistas concretizadas pelo sujeito, ou seja, às funções ou capacidades que ele já adquiriu e domina. Nas escolas, no cotidiano e nos estudos sobre o desenvolvimento do aluno, é comum avaliar o aluno apenas neste nível.
O nível de desenvolvimento potencial diz respeito às atividades que o aluno não consegue realizar sem o auxilio de alguém. Vygotsky considera este nível muito mais significativo para verificação do desenvolvimento mental do aluno.
O teórico chama o intervalo entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial de “Zona de desenvolvimento potencial ou proximal”, a qual serve para indicar as funções que estão em fase de maturação no educando. Assim, o ensino mais adequado ao desenvolvimento implica na consideração desses dois níveis de aprendizagem.
O aprendizado gera a zona de desenvolvimento proximal na medida em que, ao se relacionar com outras pessoas, o sujeito desencadeia vários processos de desenvolvimento. Esses processos são internalizados e passa a integrar as aquisições do seu desenvolvimento individual. Baseando-se nesse fato, Vygotsky faz a seguinte afirmação: “aquilo que é zona de desenvolvimento proximal hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã”.
O conceito de zona de desenvolvimento proximal é importante no âmbito educacional porque possibilita a compreensão da dinâmica interna do desenvolvimento humano. Considerando esse conceito, o educador pode criar estratégias que auxiliem o processo de aprendizagem do educando. Além disso, a zona de desenvolvimento proximal permite a constatação do que não faz parte do conhecimento do sujeito.
Nessa perspectiva, cada matéria escolar é essencial para o desenvolvimento do aluno e mantém com este uma relação que varia com a passagem do aluno de um estágio de desenvolvimento para outro.
A relação entre pensamento e linguagem, o papel mediador da cultura na formação da base psicológica do individuo e o processo de aprendizagem elaborado socialmente constituem as teorias vygotskyanas e são determinadas pelo processo de formação de conceitos e pela função desempenhada pela escola.
Para Vygotsky, os conceitos representam um sistema de relação e generalização inserido nas palavras e definido por um processo histórico-cultural, os pré-requisitos necessários à definição de um conceito são estabelecidos por aspectos dos elementos do mundo real, concebidos como importantes pelos diversos grupos sociais.
Para esse teórico, o desenvolvimento e a aprendizagem do individuo estão inter-relacionados desde o seu nascimento. Assim desde cedo, através de vivências e ações sobre o material cultural (conceitos, ideias, objetos concretos etc), os indivíduos realizam uma diversidade de atividades. Consequentemente, ao ingressar na escola, já possuem alguns conhecimentos do mundo que os cercam. Contudo, na escola um outro tipo de conhecimento será construído.
Buscando explicar o papel da escola no processo de desenvolvimento do individuo, o teórico relaciona dois tipos de conhecimentos: os conceitos cotidianos ou espontâneos e os conceitos científicos. Os cotidianos se referem aos conhecimentos construídos na experiência pessoal, concreta e cotidiana, ou seja, noções geradas a partir da observação, manipulação e vivência direta do sujeito. Os científicos correspondem aos conhecimentos elaborados na sala de aula, adquiridos através do ensino sistemático, isto é, aqueles eventos não diretamente disponíveis à observação ou ação imediata do sujeito.
Os dois tipos de conhecimento estão inseridos no processo de construção de conceitos, portanto, possuem uma relação estreita e um pode influenciar o outro, pois possuem uma relação de reciprocidade.
O processo de formação de conceitos é imprescindível para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Representa uma construção longa e completa porque inclui operações intelectuais orientadas pelo uso das palavras (atenção deliberada, abstração, memória lógica etc). A aprendizagem conceitual exige, além das informações exteriores, uma intensa atividade mental por parte do sujeito. Sendo assim, um conceito não pode ser aprendido mecanicamente, nem pode ser transmitido ao aluno.
As funções intelectuais constituem a base psicológica para a formação dos conceitos e são configuradas e desenvolvidas durante a puberdade, através de desafios, exigências e estímulos ao intelecto do adolescente.
Nessa perspectiva, o ensino escolar é importante para a formação geral e científica do aluno porque oferece um conhecimento sistemático sobre aspectos que ultrapassam a sua percepção natural, possibilitando o seu contato com o conhecimento cientifico construído historicamente; além de conscientizá-lo de seus próprios processos mentais (metacognição).
Durante o processo de ensino-aprendizagem, o aluno apresenta conhecimentos prévios que são, na verdade, os conhecimentos espontâneos ou conhecimento do senso comum. Para contextualizar a aprendizagem e facilitar a assimilação dos conhecimentos científicos ou sistematizados, o professor deve valorizar o conhecimento prévio de seus alunos relacionando ao conteúdo abordado durante as aulas.





quinta-feira, 23 de maio de 2013

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QUEM NÃO LÊ, NÃO ESCREVE



QUEM NÃO LÊ NÃO ESCREVE
Wander Soares


                   Bill Gates afirmou: "Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros"

                   É alarmante o fato de que apenas 1% dos alunos brasileiros da 3ª série do 2º grau (ou seja, os que se preparam para ingressar na universidade) tenha domínio adequado do idioma português.

                   O resultado, expresso em pesquisa do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), deve servir de alerta para os responsáveis pela gestão do ensino, os professores e os pais de alunos. Não é sem razão que os estudantes brasileiros reagiram de forma tão contundente ao "provão" instituído pelo Ministério da Educação, que expõe o despreparo com que nossos alunos saem das universidades.

                   O problema apontado pela pesquisa, que inclui outras áreas do conhecimento, como a matemática, poderia ser simplesmente atribuído, numa análise mais simplista e superficial, à má qualidade do ensino público. O estudo, entretanto, também abrange os alunos das escolas particulares, nas quais, em tese, se pratica ensino de melhor nível. Fica claro que a questão é mais abrangente e grave, merecendo a atenção de toda a sociedade e das autoridades neste final de século. Seria ingenuidade, para não falar em omissão histórica, imaginar que possamos conquistar o desenvolvimento sem preparar adequadamente nossos jovens para um mundo em que a informação, em todas as áreas do conhecimento humano, será um diferencial decisivo para delimitar o grau de independência e competitividade de países, empresas, instituições e, sobretudo, indivíduos.

                   Não bastam tecnologia de ponta, redução de custos, programas de qualidade e produtividade. Para participar da globalização com vantagens competitivas, o Brasil precisa de valores humanos, cujos talento, cultura, criatividade e preparo são requisitos fundamentais ao desenvolvimento. Observa-se no país, contudo, uma perigosa desvalorização da cultura básica, da erudição e do conhecimento. A informação científica e humanística é "pelletizada" em apostilas, na "indústria" do vestibular ou na realidade virtual da multimídia eletrônica. A grande maioria dos cursos de 2º grau e "cursinhos" prepara o aluno apenas para realizar a prova, mas não desenvolve nele o raciocínio, o senso crítico e o conhecimento de base. Obras literárias importantes são resumidas, de forma pobre e descaracterizada, em poucos parágrafos. As apostilas são confeccionadas sem estudos prévios, ao contrário do que ocorre com os livros, que demandam anos de pesquisa por profissionais, especialistas, intelectuais, escritores e cientistas, contendo ilustrações detalhadas e informações completas.

                   Já sem cultura básica, nossos jovens também não são estimulados à leitura de jornais e revistas, que também se constituem em fonte imprescindível de informação e formação. Os estudantes sabem manipular com habilidade os microcomputadores, em casa e,de forma crescente, também nas escolas, públicas e privadas. "Navegam" com fluidez na Internet, mas não são capazes de interpretar um texto de Machado de Assis; são verdadeiros ases das artes marciais dos jogos eletrônicos virtuais, mas não conseguem redigir um texto com princípio, meio e fim, estilo, forma e linguagem; "conversam'' com colegas de outros continentes, via modem, mas atentam contra o idioma com seu pobre vocabulário. Nossos jovens têm acesso a todos os canais da era da informação, mas não têm informação. Por isso, no ano decisivo de disputa de uma vaga na universidade, recorrem a cursos especializados em vestibulares, que treinam, mas não ensinam.

                   As escolas brasileiras não possuem bibliotecas. As raras existentes são incompletas e, o que é pior, pouco frequentadas. Em casa, a leitura de livros, igualmente, não é estimulada. Nada contra a informática, a multimídia e a realidade virtual. É inadmissível, porém, a ausência de formação intelectual e a alienação diante da realidade tangível. Para reverter esse quadro - uma responsabilidade de autoridades, educadores, professores e pais -, não basta oferecer aos alunos os imprescindíveis livros didáticos. É preciso oferecer-lhes incentivo e meios de lerem os principais autores nacionais e estrangeiros, da literatura de ficção e não-ficção, jornais, revistas e obras científicas e humanísticas. Essa é a forma de construirmos uma sociedade inteligente, culta e capaz de conduzir o Brasil a um destino melhor.

            C

sexta-feira, 17 de maio de 2013

AS NOVAS TECNOLOGIAS E A EDUCAÇÃO



As novas tecnologias inauguram uma nova forma de conceber o fenômeno técnico que, em conseqüência, exige sua efetivação no estabelecimento da metamorfose da prática pedagógica. Deriva-se dessa consideração básica a necessidade de se rever o papel da educação escolar, problematizar as metodologias de ensino-aprendizagem e, particularmente, o estatuto do conhecimento científico.
A prática pedagógica deve mudar, uma vez que muda o estatuto do próprio conhecimento.
A Escola está calcada num único padrão de conhecimento: o saber sistematizado ou elaborado ou ainda acadêmico. Dessa forma, as atividades pedagógicas privilegiam, quase que exclusivamente, a dimensão intelectual em detrimento da dimensão afetiva, intuitiva, imaginaria, lúdica. O aspecto intelectual é concebido como algo absoluto e não integrado com outros aspectos do ser humano. Em outras palavras, privilegiam a mente em detrimento do coração; o espírito em detrimento do corpo; um lado do cérebro em detrimento do outro.
Percebe-se que a educação é tomada como uma mediação entre o indivíduo e a sociedade; é vista, também, como um fenômeno dinâmico e heterogêneo. Contudo, a Educação Escolar é especificamente uma atividade voltada para a instrução e o ensino, de modo consciente, deliberado, planificado; é uma atividade racionalizada, sistemática, formal. Comprometida com a cultura letrada e nela fundada, a Escola, por meio de suas metodologias de ensino-aprendizagem, procura separar o fenômeno da aprendizagem das reais condições de vida onde ela se processa. Não há lugar para a aprendizagem intuitiva, lúdica, afetiva, sensoriomotora (dimensões presentes nas formas de interatividade das atuais tecnologias, como a internet). Essa distância repousa numa redução do ser humano a uma “dimensão racional”.
Entretanto, como já é possível perceber, o mundo não é tão apreensível assim, nem tão organizado segundo critérios lógicos; de modo que a competência que permite a inserção ativa e criativa não tem relação apenas com o saber elaborado. Pelo contrário, o ser humano precisa, com urgência, ser tomado de modo integral. Nessa direção, a metamorfose da prática pedagógica poderia começar pela revisão da hierarquia entre o formal e o informal. Certamente, o abandono da dicotomia formal/informal no âmbito da formação humana representa um caminho possível tanto para a superação do estado de resistência frente às novas tecnologias, quanto para que se conquiste um avanço na questão do uso não segmentado das mesmas.
Nas tecnologias atuais, como a internet, o desenvolvimento da interface tem permitido uma progressiva experiência de interatividade na comunicação e na construção do conhecimento, de uma composição coletiva do pensamento humano. Essa interatividade permite um rompimento com a racionalidade da cultura letrada e a ascensão de um pensar intuitivo e lúdico. Enquanto circunstância de aprendizagem, as tecnologias inteligentes exercem enorme poder na participação ativa, indispensável à aquisição do conhecimento.
Metodologicamente falando, a Escola precisa mesclar circunstâncias de aprendizagem formais e informais, visando uma abordagem teórico-prática integral. Agindo assim, no mínimo, estaria flexibilizando e variando a prática pedagógica, permitindo a entrada de elementos que terminariam por questioná-la, modificá-la; estaria oportunizando a aproximação com outros parâmetros e novos elementos que poderiam complexificar ainda mais o fenômeno educativo.
O mundo letrado exigiu da Escola a adoção do princípio da racionalização, de uma lógica formal. Hoje, a digitalização da vida requer uma lógica diferente, que servirá como base para uma metodologia que inclui também o informal. A metáfora do hipertexto é eficiente para o modelo de educação a ser buscado. É, portanto, essa lógica hipertextual que precisa presidir as iniciativas metodológicas dentro da Escola.



LIMA JÚNIOR, Arnaud Soares de. As Novas Tecnologias e a Educação Escolar - um olhar sobre Projeto Internet nas escolas - Salvador/Bahia. Dissertação de Mestrado, Salvador, UFBA, 1997 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO




A educação inclusiva é um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular.
O ensino inclusivo se baseia numa visão sociológica da deficiência e da diferença, reconhecendo que todas as crianças são diferentes e que as escolas precisam ser transformadas para atender às necessidades individuais de todos: com ou sem necessidade especial. A inclusão não significa tornar todos iguais, mas respeitar as diferenças de cada um. Para tal, será preciso a utilização de diferentes métodos de aprendizagem para se responder às diferentes demandas, capacidades e níveis de desenvolvimento individuais.

Relação da criança de inclusão com os colegas e com o professor
No relacionamento com os colegas, o professor deve estar atento para os juízos de valor emitidos pelos colegas em relação às produções da criança com necessidades especiais. Isto porque geralmente as pessoas têm a percepção da inadequação e diferença ao analisar a produção da criança de inclusão e o desprezo emitido gera um aumento da defasagem.
Na relação professor e aluno de inclusão há uma certa dificuldade decorrente da falta de auxiliar de classe para lidar com os alunos. Normalmente o professor sai da sala se sentindo esgotado e infeliz porque não consegue propiciar mudança significativa nos alunos de inclusão. Seria necessário que as autoridades tomassem medidas em relação ao problema e ver a necessidade de colocar professores assistentes para auxiliar aos docentes a trabalhar e desenvolver o nível de operatoriedade dos alunos, por meio de jogos direcionados.

Intervenções em sala de aula
Existem alguns aspectos que o professor deve garantir para estimular a aprendizagem da criança de inclusão:
·         Planejar as atividades considerando a problemática apresentada pela criança;
·         Aplicar jogos e atividades de estimulação cognitiva, pedindo ajuda aos alunos mais adiantados;
·         Trabalhar a auto-estima da criança de inclusão, reforçando os aspectos positivos, sem enfatizar suas falhas;
·         Construir jogos e atividades pedagógicas adequadas às suas necessidades especiais;
·         Conversar com os pais mostrando as eficiências da criança;
·         Orientar aos pais sobre como trabalhar com jogos, esclarecendo sobre e o que podem fazer ou falar e o que não devem fazer.

IMPORTÂNCIA DA ROTINA PEDAGÓGICA





 IMPORTÂNCIA DA ROTINA DE TRABALHO

 

O estabelecimento de rotinas diárias em relação ao tempo, ao espaço da sala de aula e às atividades a serem desenvolvidas também é necessário e precioso para a organização de uma classe.

Ao planejar a sua rotina diária, as suas atividades pedagógicas e registrá-las, o professor favorece aos alunos a aquisição de noções de organização funcional e física do ambiente escolar. À medida que eles passam a compreender o que tem para ser feito no seu turno de trabalho escolar, desenvolvem um processo de ordenação mental e seqüencial, passando a aproveitar melhor o tempo que passam na escola.

Se o professor ainda não tiver o hábito de registrar sua rotina no quadro diariamente, precisará iniciar este processo a partir de uma vivência de construção do conceito de seqüência temporal com os alunos.

A noção de seqüência deverá ser construída com a participação ativa dos alunos, ao serem solicitados num final de aula, a expor como organizam o seu dia-a-dia (que horas levantam; que horas estudam etc). Tais reflexões deverão se estender para a organização da rotina escolar.

É importante anunciar para eles que, a partir dali, diariamente, será registrado um Roteiro de Trabalho no quadro para que todos possam se organizar no tempo que dispõem.

Ocorrendo o registro no primeiro dia de aula, é de se esperar que o professor vá marcando as atividades cumpridas, analisando o que já fizeram, o que faltam fazer, se precisam fazer alguma mudança no que foi planejado.



                                                        



 







sábado, 4 de maio de 2013

O DIDATISMO NA LITERATURA




O didatismo na literatura infantil não é um fenômeno recente. As histórias eram contadas às crianças com o intuito de ensinar e educar com intenções doutrinárias, didáticas, religiosas e ideológicas. Da moral das fábulas gregas clássicas de Fedro e Esopo às lições dos contos de Charles Perrault no século XVII, o objetivo era que qualquer prazer que uma criança conseguisse extrair da leitura fosse ligado a alguma forma de aprendizado. A própria idéia de infância não podia se separar da idéia de educação (Machado, 1999). Uma tendência que permanece viva e viril, apesar dos estudos acadêmicos e discussões sobre a literatura infantil e sua importância na formação do leitor, da pessoa e do próprio ser humano.
Por que estragar a literatura usando-a como pretexto? Que funcionalidade há nessa metodologia de Ensino? Sabemos que dentre as maiores queixas dos professores estão no fato de seus alunos não gostarem de ler. Onde será que está a raiz desse problema? Será que enquanto educadores e mediadores não temos culpa no cartório?
A leitura deve ser algo prazeroso, que permita o leitor fazer uma viagem maravilhosa, sonhar, adquirir conhecimentos de forma espontânea, se colocar enquanto personagens, inferir, questionar, criar, criticar, sem imposições e prioridades didáticas.
A leitura instrumentaliza o aluno a escrever, a criar, a aprender, a interpretar e muito mais, sem que seja vista como uma obrigação. Precisamos rever o papel da leitura, em casa, na Escola, e nas diversas instituições de ensino. Precisamos formar pessoas inteligentes, reflexivas, autônomas que busquem espontaneamente conhecimentos, que sintam prazer em abrir um livro, que busquem mais e mais conhecimentos.
Pensem no contar histórias em nossa infância. Quantos não se sensibilizam ao ser conduzido a se lembrar da pessoa que foi seu contador de histórias quando eram crianças? O pai, a mãe, uma tia, uma prima. Não importa quem exerceu essa função, o que interessa é o papel importante que representou em nossa vida, em nossa formação pessoal. Existem terapias que se baseiam, sobretudo, no contar histórias ao paciente. Por que será?

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O OMEGA 3 NO TRATAMENTO DA HIPERATIVIDADE




Estudos nos EUA levaram à constatação de que suplemento com ácidos graxos ômega-3 pode contribuir para a redução dos sintomas de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) em crianças.
Em uma avaliação de 10 estudos com um total de 699 crianças com TDAH, os pesquisadores descobriram que aqueles que receberam suplementos de ômega-3 tinham uma "pequena, mas significativa" melhora na gravidade dos sintomas em comparação com aqueles que receberam placebo. Este efeito também foi significativo nas crianças que receberam suplementos que continham especificamente doses mais elevadas de ácido eicosapentaenóico.
Entretanto, os investigadores observam que a eficácia relativa deste tratamento "foi modesta em comparação com farmacoterapias disponíveis atualmente para o TDAH, como psicoestimulantes, atomoxetina, ou alfa 2 agonistas." Ainda assim, devido ao seu "perfil relativamente benigno de efeitos colaterais", consideram que os suplementos de ômega-3 podem ser um adicional razoável às intervenções tradicionais ou uma opção para as famílias que não querem outros tratamentos psicofarmacológicos.
De acordo com esses pesquisadores, estudos anteriores mostraram que indivíduos com TDAH têm diferenças plasmáticas no ômega-3 e nas membranas de eritrócitos em comparação com seus pares saudáveis."Os ácidos graxos ômega-3 têm propriedades anti-inflamatórias e podem alterar a fluidez da membrana celular e a composição de fosfolipídios do sistema nervoso central", explicam.
Os pesquisadores examinaram 10 estudos controlados e randomizados que compararam os suplementos de ômega-3 com placebo em crianças com TDAH. Todos os estudos foram realizados entre 2001 e 2009 e duraram entre 7 semanas e 4 meses
Os resultados mostraram eficácia significativa da suplementação de ômega-3 em comparação com placebo em apenas 2 dos ensaios. Dos demais estudos, 6 não mostraram nenhum benefício em geral, e 2 apresentaram benefício apenas em algumas das escalas de avaliação de TDAH. Ainda assim, a análise geral mostrou uma melhora significativa nos sintomas de TDAH para os participantes que receberam ômega-3 em comparação com aqueles que receberam placebo.