OS
MEIOS DE TRANSPORTE
Os
meios de transporte são o reflexo da sociedade. Conforme o homem
evoluía, a maneira de se transportar se transformava. Primeiro, a
necessidade o fez pensar em meios básicos para ajudá-lo, como
construir botes para atravessar rios e usar animais
domésticos como
força de tração. Depois, a ciência o auxiliou: foram construídos
meios de transportes mais rápidos, mais seguros e que chegavam cada
vez mais longe, a ponto do homem conseguir chegar ao espaço.
Os
transportes são divididos basicamente em três tipos: terrestres,
aquáticos e aéreos. Os transportes terrestres podem ser divididos
em rodoviário, ferroviário e tubular. Os aquáticos podem servir
para fins comerciais e para as necessidades básicas de algumas
comunidades ribeirinhas, onde é o único meio. Já os transportes
aéreos, que são mais recentes, têm como vantagem a rapidez, são
mais eficientes comercialmente e tem sido os preferidos para viagens
internacionais e nacionais.
HISTÓRIA
Desde
os primórdios até os tempos atuais, o homem constantemente cria
instrumentos que atendem a sua necessidade de sobrevivência,
bem-estar e de conforto: habitação, indumentária, adornos, móveis,
instrumentos, formas de comunicação a distancia e armas, bem como o
transporte.
Os
meios de transporte sejam eles terrestres aquáticos ou aéreos, são
utilizados para levar bens ou indivíduos de um lugar para outro. O
primeiro tipo de transporte terrestre utilizado pelo homem parece ser
sido o trenó. Os primeiros vestígios apareceram na Finlândia
(Europa).
Dividiremos
a história dos transportes, começando pelo terrestre, dando início
nas planícies do oriente, com a domesticação dos animais, por
volta de 4.000 a.C.. Neste período o homem percebeu que poderia usar
a força animal para sua locomoção e o transporte de carga. Com a
invenção da roda na Mesopotâmia, antes de 3.000 a.C., esta foi
aplicada em carros tracionados por animais de grande porte. Com seu
aperfeiçoamento, a roda permitia melhor locomoção do homem e os
antigos caminhos eram transformados em verdadeiras estradas, para
permitir acesso mais rápido entre as
cidades
que iam surgindo. Dos povos antigos, pelo menos dois realmente
construíram estradas, procurando unir todo o seu império: os persas
e os romanos.
Em
Roma foram criados os primeiros elementos básicos do sistema viário,
surgiu assim o trânsito e seus problemas, solucionados pela criação
de sinalizações, marcos quilométricos, indicadores de sentido e as
primeiras regulamentações de tráfego.
Na
idade média, conforme os estados nacionais iam se formando e o
comércio se desenvolvendo, diligências e carroças percorriam quase
toda a Europa e possuir boas estradas tornou-se uma necessidade para
todos os países. Com o fim da "Guerra dos Cem Anos” (que na
verdade duraram 116 anos), entre a Inglaterra e a França, o
movimento aumentou nas estradas e foi criado o primeiro mapa de
caminhos.
EVOLUÇÃO
DOS MEIOS DE TRANSPORTE
O
grande avanço nos transportes foi desenvolvido pelo padre jesuíta
belga, Ferdinand Verbiest, que teria um dos precursores do trem, ao
idealizar em 1681 uma máquina autopropulsora a vapor, em Pequim. Até
o fim do séc. XIX, as estradas que mais se desenvolveram foram às
estradas de ferro, porque não existiam automóveis e caminhões e o
transporte ferroviário era muito mais cômodos e barato.
O
primeiro metrô, ou trem metropolitano, apareceu no ano de 1863, em
Londres, para diminuir o tráfego pelas ruas, era praticamente um
trem, só que andava por baixo da terra, em túneis. O de Londres,
quando foi inaugurado, não passava de alguns vagões iluminados a
gás, rebocados por uma locomotiva a vapor. O túnel ficava cheio de
fumaça.
Os
trens hoje ainda são os principais meios de transportes na Europa,
Ásia e África.
O
primeiro sistema organizado de transportes públicos pode ter tido
origem em Nantes, França, em 1826, quando um ex-oficial do exército
francês tinha construído banhos públicos na periferia da cidade e
organizou uma ligação entre o centro da cidade e as suas
instalações. Logo descobriu que os passageiros estavam tão
interessados em sair em pontos intermédios como em freqüentar os
seus banhos, ele mudou de estratégia. O seu voiture ônibus (viatura
para todos) combinava as funções das carroças hackney com as das
diligências que percorriam uma rota predeterminada, transportando
passageiros e correio.
Logo
após, as carroças foram substituídos por bondes puxados por
cavalos ou burros sobre trilhos e posteriormente por trolleyes
elétricos, construídos primeiramente nos Estados Unidos. Os bondes
também eram chamados "elétricos". Em grandes cidades como
Basiléia, Zurique, Lisboa, Porto, Rio de Janeiro e Santos, os bondes
fazem um percurso tipicamente, mas não obrigatoriamente turístico.
Com a saída dos bondes elétricos, chegaram os ônibus elétricos,
que ainda encontramos na cidade de São Paulo, mas por ser mais
economicamente viável o ônibus urbano a combustão impera nas
cidades.
Em
regiões em desenvolvimento como na América do Sul, Ásia e África,
para longas distâncias os ônibus atuam como uma forma mais
econômica e viável para viajar, porém o tempo decorrido e os
péssimos estados de conservação das rodovias comprometendo as
viagens tornado-as inseguras e desconfortáveis.
Nas
décadas 50 e 60, o Presidente Juscelino Kubitschek adotou o modelo
de
desenvolvimento
em seu governo sob o lema do Ex-Presidente Washington Luis
(1926/1930), que dizia: “Governar é Construir Estradas”,
construindo novas estradas como a Belém Brasília. Com o regime
militar, faraônicas obras foram criadas, como a Hidroelétrica de
Itaipu e novas estradas também foram construídas, como a Rodovia
Castelo Branco, Presidente Dutra a Transamazônica entre outras,
transformado os ônibus como a principal meio de transporte no país.
Por
outro lado, o automóvel com motor de combustão interna foi
inventado na Alemanha, em 1885, por Karl Benz e Gottlieb Daimler.
Décadas depois, o americano Henry Ford, passou a fabricar carros em
série. Os primeiros foram os modelos “T”, fabricados de 1908 a
1927. Venderam mais de 15 milhões de unidades.
A
utilização de navios como meio de transporte se alastrou há 5.000
anos atrás, na civilização ocidental, com a invenção do Barco a
Vela. A utilização da força do vento tornou possível o
deslocamento de pessoas e mercadorias por distâncias cada vez
maiores. Por volta de 2.500 a.C., barcos egípcios estabeleceram o
comércio entre a foz do Nilo e a Terra de Canaã, enquanto a
civilização Suméria navegava entre os Rios Eufrates e Tigre,
saindo do Golfo Pérsico e estabelecendo comércio com a Índia. A
800 a.C. os Fenícios estabeleciam colônias na Espanha e norte da
África. Os romanos utilizaram as “Galeras ou Galés”, barcos com
uma vela quadrada em um único mastro, que também era movido a remo,
para manobras de guerra e maior aceleração da embarcação. Os
remadores eram escravos e condenados, forçados a trabalharem a base
de chicotadas até a exaustão, que levavam a morte. A navegação no
Mediterrâneo dependia da habilidade do marinheiro em reconhecer as
direções do vento para a realização da travessia desejada. Nascia
então a Rosa dos Ventos. Os vikings durante os séc. VIII e XI,
também foram grandes navegadores, seus barcos eram chamados de
“Dragões” e possuíam grande destreza em manobras de guerra
Lendas antigas contam que este povo, foi o primeiro a conquistar o
continente americano.
Com
a chegada das “Caravelas”, que eram navios maiores, com vários
mastros com velas, que possibilitavam maior rapidez no deslocamento,
portugueses e espanhóis desenvolveram grande perícia na navegação
e dominavam os mares. Criaram escolas de
navegação
como a de Sagres em Portugal, onde grandes navegadores se formaram
como Vasco da Gama e Cristóvão Colombo. Com o fechamento da rota
para as índias ocidentais, pelos turco-otomanos, no séc. XV, as
caravelas tornaram-se o principal meio de transporte para o comércio
e a ligação entre os continentes. Estes dois reinos atravessavam
oceanos, em busca de especiarias e riquezas, vindas do oriente e
durante séculos sob domínio espanhol e português, continentes como
África e parte da Ásia, assimilaram sua cultura, idioma e costumes.
A
criação do barco a vapor dificilmente pode ser creditada a um
inventor particular, pois a adaptação do motor a vapor para
propulsão de embarcações foi tentada por vários projetistas,
tanto na Europa quanto na América. O desenvolvimento da navegação
a vapor caracterizou-se depois disso pela construção de navios cada
vez maiores e mais potentes. Em 1819, um barco à vela equipado com
um motor a vapor atravessou o Atlântico. Um destes marcos na
navegação foi à construção do transatlântico Titanic, em 1912.
Era o maior objeto móvel já construído pelo homem em sua época.
Tinha um comprimento de cerca de 270 metros (ou seja, quatro campos
de futebol) por 28 metros de largura e uma altura de 54 metros,
aproximada de um prédio de 11 andares. Saiu do Porto de Southampton,
na Inglaterra, no dia 10 de Abril de 1912 com destino a Nova Iorque,
transportando aproximadamente 2.223 pessoas a bordo, entre
passageiros e tripulação. Às 23h40 do dia 14, colidiu com um
iceberg e afundou-se duas horas e meia depois. Atualmente os navios
se restringem apenas a transporte de diversos materiais e passeios
turísticos.
Os
dirigíveis, uma aeronave mais leve do que o ar, que pode ser
controlada, ao contrário de aeronaves mais pesadas do que o ar,
sustentam-se através do uso de uma grande cavidade que é preenchida
com um gás menos denso do que o ar, como o gás hélio ou mesmo o
inflamável gás hidrogênio.
A
história dos dirigíveis se confunde com a da aviação. As
primeiras experiências para tentar a conquista dos céus foram com
balões de ar quente. Um dos pioneiros foi o padre jesuíta
brasileiro Bartolomeu de Gusmão que, em 1709, conseguiu fazer um
balão de ar quente, o “Passarola”, subir aos céus, diante de
uma corte portuguesa abismada.
O
conde alemão Ferdinand Von Zeppelin gastou sua fortuna na criação
de dirigíveis com estrutura rígida para transporte de passageiros.
Em 2 de julho de 1900, fez o vôo inaugural do Led Zeppelin-1, às
margens do lago Constança, no sudoeste da Alemanha. Um dos ícones
da história da aviação foi o dirigível LZ 127 Graf Zeppelin,
construído em 1928. O Graf Zeppelin possuía 213 m de comprimento,
cinco motores, transportava de 20 a 24 passageiros e cerca de 40
tripulantes O primeiro vôo de longa distância aconteceria em
outubro de 1928, ligando a cidade alemã de Frankfurt à Nova York,
nos Estados Unidos da América, e duraram 112 horas.
O
LZ 129 Hindenburg era o orgulho da engenharia alemã, e considerado o
modelo mais espetacular fabricado pela Deutsche Zeppelin-Reederei. O
Hindenburg possuía 245 m de comprimento, 41,5 m de diâmetro, voava
a 135 km/h com autonomia de 14 mil quilômetros e tinha capacidade
para conduzir 50 passageiros e 61 tripulantes. O modelo explodiu em
New Jersey, nos Estados Unidos em 6 de maio de 1937, antes de pousar
na base aérea de Lakehurst, perecendo dos 97 ocupantes (36
passageiros e 61 tripulantes), 13 passageiros, 22 tripulantes e um
técnico americano em solo, no total de 36 pessoas. O desastre marcou
o fim da era dos dirigíveis rígidos.
Graf
Zeppelin fez sua primeira viagem ao Brasil, chegando à cidade do
Recife, no estado de Pernambuco, em 22 de maio de 1930. Este vôo
iniciou uma regular e bem sucedida rota comercial entre o Brasil e
Alemanha. Inicialmente, devida a ausência de instalações adequadas
no Campo dos Afonsos, na cidade do Rio de Janeiro, nestes primeiros
anos de operação o Graf Zeppelin, atracava na cidade do Recife onde
os passageiros eram desembarcados, e seguiam viagem para o Rio de
Janeiro em aviões da empresa aérea Sindicato Condor. Atualmente no
Brasil, dirigíveis a base de gás hélio são utilizados com fins
publicitários e para realização de transmissões de TV em eventos
esportivos.
No
começo do século XX, o primeiro vôo numa máquina mais pesada do
que o ar, capaz de gerar a potência e sustentação necessária por
si mesmo, foi realizado. Porém, isto é um fato polêmico, em que um
de dois aviadores é creditado: o brasileiro Alberto Santos Dumont ou
os irmãos americanos Wilbur e Orville Wright. Os créditos são mais
reconhecidos na Europa e Brasil pelo ao fato de Dumont ter registrado
tudo, tanto com testemunhas como em filmes o que os irmãos Wright
não o fizeram. Outra contestação em pró ao brasileiro, é que em
seu vôo, o 14 Bis "decolou" e a aeronave dos americanos
foi “arremessada”.
A
partir da Segunda Guerra Mundial a aviação comercial assistiu a um
grande desenvolvimento, transformando o avião num dos principais
meios de transporte de passageiros e mercadorias no contexto mundial.
A Pan American World Airways, mais conhecida como Pan Am, foi à
principal companhia aérea da década de 1930 até o seu colapso em
1991. A ela foram creditadas muitas inovações que deram forma à
indústria das companhias aéreas no mundo todo, como a utilização
em larga escala e difundida de aviões a jato, de aviões Jumbo e do
sistema de reservas computadorizado.
O
transporte aéreo foi o que mais contribuiu para a redução da
distância-tempo. O avião suplantou outros meios de transporte de
passageiros a médias a longas distâncias. Este meio de transporte
implica construção de estruturas muito especiais. As linhas aéreas
cobrem todo o mundo, mas de forma irregular encontrando-se em uma
maior densidade nos países desenvolvidos, subdesenvolvidos
industrializados, alguns países petrolíferos e nos novos países
industrializados como a China.