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sexta-feira, 19 de abril de 2013

REVENDO NOSSOS LIMITES




PIAGET, Jean. O Juízo Moral na Criança. São Paulo: Summus, 1994.



Revendo nossos limites

Segundo o dicionário Aurélio, limite significa: linha de demarcação; divisa, fronteira; extremo, fim; ponto que não se deve ultrapassar. Quando pensamos na questão dos limites, nos referimos às regras e normas, permissões ou proibições, apresentadas às crianças de maneira externa, como imposições.
Mas, afinal, o que são limites? Será que são aspectos que devem ser cobrados apenas às crianças, que por sinal ainda se encontram no processo de formação de sua personalidade? E os adultos? Será que todos têm limites? Penso que devemos refletir sobre os nossos valores enquanto moldadores de nossa conduta e até mesmo enquanto educadores seja pai, mãe, professor ou cuidadores.
Tocar fogo em um mendigo, roubar, jogar lixo nas ruas, riscar cadeiras, quebrar o que não é nosso, dar prejuízos ao outro, pegar o que não é nosso, colar em provas, espancar uma mulher por ela ser uma doméstica ou prostituta, se aproveitar de um inocente e muitos outros fatos semelhantes não seriam indícios de falta de limites? Realmente, precisamos repensar o conceito de limites.
O verdadeiro significado da palavra limites vem incomodando e intrigando muitos pensadores e críticos em educação sobre o seu verdadeiro conceito e suas transformações no decorrer dos tempos. Estes realizam pesquisas e estudos na construção social e moral dos indivíduos.
Assim sendo, diante de tanta falta de limites, somente nos resta uma opção: a construção da autonomia das nossas crianças que serão os adultos das novas gerações. Contudo, importa lembrar que autonomia não é individualismo ou liberdade para fazer o que der vontade. Autonomia significa coordenar os diferentes fatores relevantes antes de escolher a forma de agir que considere todos os envolvidos. O homem é um ser racional e pode decidir o melhor procedimento, o que é certo ou errado, considerando os seus direitos e o ponto de vista do outro. De acordo com Piaget (1994), a pessoa autônoma considera, por decisão própria, o outro além de si. A autonomia implica em seguir um código de ética interno, regras morais próprias, as quais são provenientes dos sentimentos internos da necessidade de considerar a forma como tratar os outros.



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