É consenso entre os pensadores da educação que a criança
só interioriza o que você ensina se estiver, de alguma forma, ligada ao
conteúdo por um desafio, uma motivação. Ou se perceber a importância e
aplicação de tudo aquilo que você transmitir.
Essa contextualização é uma das bases do ensino por
competência. O objetivo dessa abordagem é ensinar aos alunos o que eles
precisam aprender para ser cidadãos que saibam analisar, decidir, planejar,
expor suas idéias e ouvir a dos outros. Enfim, para que possam ter participação
ativa na sociedade.
A escola já não é mais o lugar onde uma geração passa
para outra um acervo de conhecimentos. O papel da escola, hoje, é de funcionar
como o espaço onde as relações humanas são moldadas. Deve ser usada para
aprimorar valores e atitudes, além de capacitar o indivíduo na busca de
informações, onde quer que elas estejam, para usá-las no seu cotidiano.
O dicionário Aurélio define como competência a capacidade
de apreciar resolver certos assuntos. Competente é aquele que julga, avalia e
pondera; acha a solução e decide, depois de examinar e discutir determinada
situação.Ela significa também habilidade, aptidão, idoneidade. É ainda quem tem
capacidade resultante de conhecimentos adquiridos. Assim, agora são tosos esses
objetivos que se deve perseguir ao elaborar um projeto pedagógico.
Para Philippe Perrenoud, sociólogo
suíço, competência em educação é a faculdade de mobilizar um conjunto de
recursos cognitivos – como saberes, habilidades e informações –para solucionar
com coerência e eficácia uma serie de situações. Exemplo: decidir seu caminho
em uma cidade desconhecida requer as capacidades de ler um mapa, localizar-se e
pedir informações.
Os seres humanos não vivem todos as
mesmas situações e as competências devem estar adaptadas a seu mundo, ou seja,
viver nas selvas das cidades exige dominar algumas delas; na floresta virgem,
outras. Da mesma forma os pobres têm
problemas diferentes dos ricos para resolver.
Os conteúdos continuam sendo
importantes. Trata-se apenas de trabalhar as informações de forma diferente, dando-lhes significado. É
o que se chama ensino contextualizado.
Uma coisa é você explicar no quadro
o que é fotossíntese. Outra, é comparar a qualidade do ar de um bairro
industrial com a de outro cheio de praças e áreas verdes. Eis aí uma aula que
pode extrapolar os saberes das Ciências Naturais e se estender para um debate
sobre cidadania. Dessa forma, é possível desenvolver a observação, a comparação
e a análise. E, de quebra, ensinar a fotossíntese de uma forma bem
compreensível.
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