Pesquisas de Emilia Ferreiro demonstram que a leitura e
escrita, como objetos culturais do conhecimento, são também adquiridas por um
processo de autoconstrução, no confronto e na interação da criança com seu
meio.
À luz desses pressupostos, torna-se necessário que os
educadores reflitam a sua prática de alfabetização e ensino da língua
portuguesa, reveja sua postura e reformule sua prática pedagógica nas classes
de alfabetização e nas séries posteriores do Ensino Fundamental, tendo
consciência de que cada criança tem sua história individual, um processo
pessoal de autoconstrução que altera, a cada momento, o caminho a ser trilhado.
É importante que todo educador busque na teoria de
Piaget, sobre o desenvolvimento infantil, o suporte necessário para o seu
trabalho.
O ensino da língua portuguesa deve ser proporcionado à
criança desde a Pré-escola de forma a não dar a ela tudo pronto, mas
sim, através das descobertas feitas por ela mesma no contato com os diversos
materiais de leitura e escrita, em atividades concretas.
O material, a metodologia, a prática pedagógica são
construídos pelo professor a partir dos conceitos dominados pelas crianças, no
ritmo e desenvolvimento dos seus alunos.
Para uma prática eficaz é preciso que o professor:
·
Faça
da sala de aula um ambiente alfabetizador;
·
Propicie
aos alunos um ambiente tranqüilo e seguro baseado num relacionamento de
cooperação e confiança;
·
Conheça
métodos, técnicas e atividades variadas de leitura e escrita;
·
Seja
estudioso, pesquisador e criativo;
·
Seja
paciente, respeite o ritmo de cada criança, permitindo que a criança faca suas
próprias descobertas;
·
Respeite
o erro e acredite que ele traduz o estágio em que o aluno se
encontra e que a partir dele é que poderá levar a criança a um nível mais
avançado. O erro é o ponto de partida para o planejamento do professor;
·
Seja
capaz de entender a linguagem da criança;
·
Use
e acredite no jogo como forma de equilíbrio com o mundo, sabendo que,
através do lúdico, a criança é capaz de transformar o meio adaptando-o às suas
necessidades;
·
Desafie o pensamento, estimulando a criança
através de jogos, brincadeiras e atividades concretas;
·
Propicie
aos seus alunos vivências ricas e dinâmicas de leitura e escrita.
Oferecer às crianças múltiplas oportunidades de escrita e
leitura, material variado, livros e histórias, jornal, revistas, papeis, lápis,
tintas e outros.
Fazer das atividades de leitura e escrita um processo de
interações sociais de comunicação inter-idéias: adulto-criança, crianças entre
si, leitor-autor, autor-leitor.
Através de ações inter-individuais, as crianças irão se
transformando em leitores e escritores, conhecendo a função social da leitura e
da escrita e se envolvendo com estes conhecimentos como agentes e observadores,
no mundo letrado, possibilitando-os agir e comportar como se fossem leitores
antes mesmo de sê-los (no caso das classes de alfabetização) – levando-os a
aprender precocemente o essencial das práticas sociais ligadas à escrita e à
leitura.
Para isso é necessário que a sala de aula se transforme
num ambiente alfabetizador, mesmo no ensino fundamental.
Os conteúdos devem ser desenvolvidos de forma a levar a
criança a conhecer o mundo nos seus vários aspectos.
O trabalho deve acontecer com vistas no desenvolvimento
da língua materna. Compreendendo a língua como elemento integrador gerador de
entendimentos entre as varias áreas do conhecimento, compreendendo que a
linguagem é determinada socialmente.
Deve-se oportunizar a criança a aquisição gradativa de
novas formas de expressão, reconhecimento e representação de seu mundo da forma
que quiser.
A criança deve ser conduzida à compreensão de
que a palavra escrita tem um significado e um significante.
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