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sexta-feira, 26 de julho de 2013

A importância do lúdico e da criatividade para o desenvolvimento humano.


Segundo Piaget, a criatividade é algo que se desenvolve ao longo da vida, desde que o sujeito seja motivado e intermediado para isto. Nesse processo, a ludicidade é fundamental na medida em que proporciona a mobilização da criatividade e, consequentemente, o desenvolvimento do indivíduo. Isso porque o processo criativo mobiliza o desenvolvimento da inteligência, uma vez que cada estágio do desenvolvimento humano produz algo radicalmente novo.
Ao se considerar que a criatividade se desenvolve a partir das inúmeras interações que o indivíduo realiza, percebe-se que neste contexto três sistemas básicos exercem grande influência na viabilização desse processo: a família, a escola e a sociedade.
Durante a convivência familiar, sendo esta pautada no equilíbrio emocional e na flexibilidade adequada das regras, a criança tem liberdade para iniciar o desenvolvimento de sua criatividade como um processo personológico. Uma criança oriunda de uma família muito tradicional, por exemplo, em que prevalece uma rigidez de regras, dificilmente desenvolverá sua criatividade e a capacidade de questionamento.
Por outro lado, um ambiente familiar em que predomina o diálogo e a interação, onde o sujeito possa se expressar, expondo com espontaneidade suas idéias e sentimentos, longe de preconceitos, representa um espaço aberto ao novo e a muitas possibilidades. Um espaço que viabiliza, segundo Luckesi, a “plenitude da experiência”, que nada mais é do que a própria ludicidade.
Quanto aos sistemas educativos, sabe-se que, com raras exceções, são esboçados como um local em que o sujeito desenvolverá conhecimentos, habilidades, valores e comportamentos, em detrimento do desenvolvimento da personalidade e da criatividade.
Visto por outro ângulo, existe a possibilidade da escola tornar-se uma organização de qualidade, contribuindo para o desenvolvimento humano no aspecto da personalidade e da criatividade. Para tal, é necessário que haja o comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo: docentes, alunos, administradores, dentre outros. Todos esses segmentos devem estar conscientes e dispostos a construir uma nova identidade para a educação.
            A escola em si contempla o instrumental necessário à viabilização desse objetivo: os jogos, as brincadeiras e a ludicidade propriamente dita. Esses representam recursos didáticos de grande aplicação e valor no processo de ensino aprendizagem, tendo em vista que favorecem o desenvolvimento integral do educando. Conforme Piaget, a criança precisa brincar para crescer, precisa do jogo como forma de equilibração com o mundo. Isso porque, a medida que se desenvolve a partir da manipulação  e interação com materiais diversificados, a criança passa a reconstruir objetos, a reinventar coisas.
            A sociedade, por sua vez, representa um macro-sistema que influencia, de acordo com a cultura, no desenvolvimento da criatividade dos indivíduos, por meio da família, da escola e demais contextos sociais.
            Em síntese, o avanço científico e tecnológico na sociedade moderna exige dos indivíduos um nível cada vez maior de criatividade, atribuindo à família e, sobretudo, à escola a missão de desenvolver naqueles a capacidade criativa, propiciando uma formação mais completa da personalidade humana, tanto no aspecto social como pessoal.
Dessa forma, faz-se necessária uma mudança no ensino como um todo, abrangendo o currículo, as metodologias e, principalmente, as posturas dos segmentos envolvidos neste processo. Certamente essa mudança conscientizará a família, a escola e, consequentemente, a sociedade sobre a importância de se formar cidadãos críticos e preparados para viver situações novas e inesperadas.

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