ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
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ANOS
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PIAGET
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ERICKSON
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WALLON
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18 meses a 3 anos
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Autonomia X vergonha – a criança aprende a
andar, a falar, ir ao banheiro, torna-se independente e ganha autoconfiança,
controla o intestino.
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2
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O
ato mental se desenvolve a partir do ato motor.
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2 - 3
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Desenvolvimento
sensório-motor.
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2 - 5
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Período
sincrético: a fala e a linguagem é fato.
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2 – 7
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1.
a criança desenvolve a capacidade simbólica. Ex. Começa
a usar símbolos mentais, imagem ou palavras que representam objetos ausentes.
2.
Pré-operatório: aparecimento da Linguagem. Período em
que a maturação neurofisiológica completa-se permitindo o desenvolvimento de
novas habilidades. Ex. Coordenação motora fina.
3.
A criança é incapaz de aceitar o ponto de vista de
outra pessoa quando este é diferente do seu.
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3 – 6
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Iniciativa
X culpa: Nesta fase a criança vai desenvolver sua identidade como menino ou
menina, copiando aspectos do comportamento adulto. Já coopera com os outros,
dá e recebe ordens. Aprende a equilibrar diversão e responsabilidade. Se for
reprimida pelos pais nessa fase sente-se culpada, cresce com medo, fica
deslocada dentro do grupo, não tem satisfatoriamente a imaginação e a
criatividade.
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Predomínio = relações afetivas. A criança
percebe-se como pessoa a partir das relações sociais.
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5 - 9
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Período
do pensamento categorial. Reduz-se o sincretismo, permitindo o pensamento
diferenciado.
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6 -
12
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Domínio
X inferioridade: A criança aprende a ler, escrever, calcular, jogar bola, e
as noções básicas da vida. Relaciona-se em grupo e de acordo com as regras
sociais. Se a criança não for encorajada a participar das atividades de seu
grupo e se não for bem sucedida em suas tentativas de participação, ela passa
do sentimento de domínio para o de inferioridade.
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sexta-feira, 26 de julho de 2013
ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
A importância do lúdico e da criatividade para o desenvolvimento humano.
Segundo
Piaget, a criatividade é algo que se desenvolve ao longo da vida, desde que o
sujeito seja motivado e intermediado para isto. Nesse processo, a ludicidade é
fundamental na medida em que proporciona a mobilização da criatividade e,
consequentemente, o desenvolvimento do indivíduo. Isso porque o processo
criativo mobiliza o desenvolvimento da inteligência, uma vez que cada estágio
do desenvolvimento humano produz algo radicalmente novo.
Ao se
considerar que a criatividade se desenvolve a partir das inúmeras interações
que o indivíduo realiza, percebe-se que neste contexto três sistemas básicos
exercem grande influência na viabilização desse processo: a família, a escola e
a sociedade.
Durante a
convivência familiar, sendo esta pautada no equilíbrio emocional e na
flexibilidade adequada das regras, a criança tem liberdade para iniciar o
desenvolvimento de sua criatividade como um processo personológico. Uma criança
oriunda de uma família muito tradicional, por exemplo, em que prevalece uma
rigidez de regras, dificilmente desenvolverá sua criatividade e a capacidade de
questionamento.
Por outro
lado, um ambiente familiar em que predomina o diálogo e a interação, onde o
sujeito possa se expressar, expondo com espontaneidade suas idéias e
sentimentos, longe de preconceitos, representa um espaço aberto ao novo e a
muitas possibilidades. Um espaço que viabiliza, segundo Luckesi, a “plenitude da experiência”, que nada mais
é do que a própria ludicidade.
Quanto aos
sistemas educativos, sabe-se que, com raras exceções, são esboçados como um
local em que o sujeito desenvolverá conhecimentos, habilidades, valores e
comportamentos, em detrimento do desenvolvimento da personalidade e da
criatividade.
Visto por
outro ângulo, existe a possibilidade da escola tornar-se uma organização de
qualidade, contribuindo para o desenvolvimento humano no aspecto da
personalidade e da criatividade. Para tal, é necessário que haja o
comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo: docentes, alunos,
administradores, dentre outros. Todos esses segmentos devem estar conscientes e
dispostos a construir uma nova identidade para a educação.
A
escola em si contempla o instrumental necessário à viabilização desse objetivo:
os jogos, as brincadeiras e a ludicidade propriamente dita. Esses representam
recursos didáticos de grande aplicação e valor no processo de ensino
aprendizagem, tendo em vista que favorecem o desenvolvimento integral do
educando. Conforme Piaget, a criança precisa brincar para crescer, precisa do
jogo como forma de equilibração com o mundo. Isso porque, a medida que se
desenvolve a partir da manipulação e
interação com materiais diversificados, a criança passa a reconstruir objetos,
a reinventar coisas.
A
sociedade, por sua vez, representa um macro-sistema que influencia, de acordo
com a cultura, no desenvolvimento da criatividade dos indivíduos, por meio da
família, da escola e demais contextos sociais.
Em síntese, o avanço científico e
tecnológico na sociedade moderna exige dos indivíduos um nível cada vez maior
de criatividade, atribuindo à família e, sobretudo, à escola a missão de
desenvolver naqueles a capacidade criativa, propiciando uma formação mais
completa da personalidade humana, tanto no aspecto social como pessoal.
Dessa forma,
faz-se necessária uma mudança no ensino como um todo, abrangendo o currículo,
as metodologias e, principalmente, as posturas dos segmentos envolvidos neste
processo. Certamente essa mudança conscientizará a família, a escola e,
consequentemente, a sociedade sobre a importância de se formar cidadãos
críticos e preparados para viver situações novas e inesperadas.
O ESPELHISMO DE LACAN
É
o processo de formação da identidade, que se dá
entre os seis e os dezoito meses de idade. No início desse processo, a
criança ignora sua imagem refletida, é o que Lacan chama de indiferenciação em
relação ao mundo. Assim, todo e qualquer comportamento de um outro que lhe
responda é que desempenha aqui o papel de um espelho. Nesse caso seria a mãe,
ou seja, os cuidados maternos, sem os quais o bebê não existiria. O bebê,
inteiramente incapaz de poder ajudar-se a si próprio, tem absoluta necessidade
dos cuidados maternos para poder contar com um ambiente que lhe seja favorável
e que se encontre o mais próximo possível da condição intra-uterina. A metáfora
do espelho do rosto materno reveste um papel de destaque e uma função decisiva
no processo da constituição do lugar da criança. Para que o bebê se veja e
descubra a imagem unitária de seu corpo, ele precisa ter primeiro descoberto o espelho
do olhar materno. É através das expressões faciais, dos gestos, das atitudes, e
especialmente do olhar que a mãe ordena o caos das sensações e das emoções que
o bebê sente no início da vida, e, assim, pode oferecer-lhe, de modo gradativo
e apropriado, o que ele necessita. O bebê, então, identifica-se com esta imagem
materna, asseguradora e empática, através da qual vai construir uma imagem de
si mesmo, diferenciada e condizente com seu lugar.
COMPETÊNCIAS: Significado em educação
É consenso entre os pensadores da educação que a criança
só interioriza o que você ensina se estiver, de alguma forma, ligada ao
conteúdo por um desafio, uma motivação. Ou se perceber a importância e
aplicação de tudo aquilo que você transmitir.
Essa contextualização é uma das bases do ensino por
competência. O objetivo dessa abordagem é ensinar aos alunos o que eles
precisam aprender para ser cidadãos que saibam analisar, decidir, planejar,
expor suas idéias e ouvir a dos outros. Enfim, para que possam ter participação
ativa na sociedade.
A escola já não é mais o lugar onde uma geração passa
para outra um acervo de conhecimentos. O papel da escola, hoje, é de funcionar
como o espaço onde as relações humanas são moldadas. Deve ser usada para
aprimorar valores e atitudes, além de capacitar o indivíduo na busca de
informações, onde quer que elas estejam, para usá-las no seu cotidiano.
O dicionário Aurélio define como competência a capacidade
de apreciar resolver certos assuntos. Competente é aquele que julga, avalia e
pondera; acha a solução e decide, depois de examinar e discutir determinada
situação.Ela significa também habilidade, aptidão, idoneidade. É ainda quem tem
capacidade resultante de conhecimentos adquiridos. Assim, agora são tosos esses
objetivos que se deve perseguir ao elaborar um projeto pedagógico.
Para Philippe Perrenoud, sociólogo
suíço, competência em educação é a faculdade de mobilizar um conjunto de
recursos cognitivos – como saberes, habilidades e informações –para solucionar
com coerência e eficácia uma serie de situações. Exemplo: decidir seu caminho
em uma cidade desconhecida requer as capacidades de ler um mapa, localizar-se e
pedir informações.
Os seres humanos não vivem todos as
mesmas situações e as competências devem estar adaptadas a seu mundo, ou seja,
viver nas selvas das cidades exige dominar algumas delas; na floresta virgem,
outras. Da mesma forma os pobres têm
problemas diferentes dos ricos para resolver.
Os conteúdos continuam sendo
importantes. Trata-se apenas de trabalhar as informações de forma diferente, dando-lhes significado. É
o que se chama ensino contextualizado.
Uma coisa é você explicar no quadro
o que é fotossíntese. Outra, é comparar a qualidade do ar de um bairro
industrial com a de outro cheio de praças e áreas verdes. Eis aí uma aula que
pode extrapolar os saberes das Ciências Naturais e se estender para um debate
sobre cidadania. Dessa forma, é possível desenvolver a observação, a comparação
e a análise. E, de quebra, ensinar a fotossíntese de uma forma bem
compreensível.
COMO FORMAR LEITORES E ESCRITORES
Pesquisas de Emilia Ferreiro demonstram que a leitura e
escrita, como objetos culturais do conhecimento, são também adquiridas por um
processo de autoconstrução, no confronto e na interação da criança com seu
meio.
À luz desses pressupostos, torna-se necessário que os
educadores reflitam a sua prática de alfabetização e ensino da língua
portuguesa, reveja sua postura e reformule sua prática pedagógica nas classes
de alfabetização e nas séries posteriores do Ensino Fundamental, tendo
consciência de que cada criança tem sua história individual, um processo
pessoal de autoconstrução que altera, a cada momento, o caminho a ser trilhado.
É importante que todo educador busque na teoria de
Piaget, sobre o desenvolvimento infantil, o suporte necessário para o seu
trabalho.
O ensino da língua portuguesa deve ser proporcionado à
criança desde a Pré-escola de forma a não dar a ela tudo pronto, mas
sim, através das descobertas feitas por ela mesma no contato com os diversos
materiais de leitura e escrita, em atividades concretas.
O material, a metodologia, a prática pedagógica são
construídos pelo professor a partir dos conceitos dominados pelas crianças, no
ritmo e desenvolvimento dos seus alunos.
Para uma prática eficaz é preciso que o professor:
·
Faça
da sala de aula um ambiente alfabetizador;
·
Propicie
aos alunos um ambiente tranqüilo e seguro baseado num relacionamento de
cooperação e confiança;
·
Conheça
métodos, técnicas e atividades variadas de leitura e escrita;
·
Seja
estudioso, pesquisador e criativo;
·
Seja
paciente, respeite o ritmo de cada criança, permitindo que a criança faca suas
próprias descobertas;
·
Respeite
o erro e acredite que ele traduz o estágio em que o aluno se
encontra e que a partir dele é que poderá levar a criança a um nível mais
avançado. O erro é o ponto de partida para o planejamento do professor;
·
Seja
capaz de entender a linguagem da criança;
·
Use
e acredite no jogo como forma de equilíbrio com o mundo, sabendo que,
através do lúdico, a criança é capaz de transformar o meio adaptando-o às suas
necessidades;
·
Desafie o pensamento, estimulando a criança
através de jogos, brincadeiras e atividades concretas;
·
Propicie
aos seus alunos vivências ricas e dinâmicas de leitura e escrita.
Oferecer às crianças múltiplas oportunidades de escrita e
leitura, material variado, livros e histórias, jornal, revistas, papeis, lápis,
tintas e outros.
Fazer das atividades de leitura e escrita um processo de
interações sociais de comunicação inter-idéias: adulto-criança, crianças entre
si, leitor-autor, autor-leitor.
Através de ações inter-individuais, as crianças irão se
transformando em leitores e escritores, conhecendo a função social da leitura e
da escrita e se envolvendo com estes conhecimentos como agentes e observadores,
no mundo letrado, possibilitando-os agir e comportar como se fossem leitores
antes mesmo de sê-los (no caso das classes de alfabetização) – levando-os a
aprender precocemente o essencial das práticas sociais ligadas à escrita e à
leitura.
Para isso é necessário que a sala de aula se transforme
num ambiente alfabetizador, mesmo no ensino fundamental.
Os conteúdos devem ser desenvolvidos de forma a levar a
criança a conhecer o mundo nos seus vários aspectos.
O trabalho deve acontecer com vistas no desenvolvimento
da língua materna. Compreendendo a língua como elemento integrador gerador de
entendimentos entre as varias áreas do conhecimento, compreendendo que a
linguagem é determinada socialmente.
Deve-se oportunizar a criança a aquisição gradativa de
novas formas de expressão, reconhecimento e representação de seu mundo da forma
que quiser.
A criança deve ser conduzida à compreensão de
que a palavra escrita tem um significado e um significante.
IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
O desenvolvimento infantil se processa através do lúdico.
Ela precisa brincar para crescer, precisa do JOGO como forma de
equilibração com o mundo.
Sua maneira de ASSIMILAR (transformar o meio para
que este seja adaptado as suas necessidades) e de ACOMODAR (mudar a si
mesma para adaptar-se ao meio) de verá acontecer através do jogo. Assim sendo,
a atividade escolar deverá ser uma atividade de lazer e de trabalho para as crianças,
sobretudo no pré-escolar e nas classes iniciais da alfabetização e do Ensino
fundamental.
As brincadeiras e os jogos tornam-se recursos didáticos
de grande aplicação e valor no processo de ensino-aprendizagem. A criança
aprende melhor brincando e os conteúdos podem ser ensinados através do lúdico.
As atividades de brincar podem ter objetivos didático-pedagógicos e visarão
propiciar o desenvolvimento integral do educando.
Para Piaget, os jogos tornam-se mais significativos à
medida que a criança se desenvolve, pois, a partir da livre manipulação de
materiais variados, ela passa a reconstruir objetos, a reinventar coisas, o que
já exige uma adaptação mais completa, numa síntese mais progressiva da
assimilação com a acomodação.
A atividade lúdica, na busca de novos conhecimentos,
exige do educando uma ação ativa, indagadora, reflexiva, desvendadora,
socializadora, criativa, relações estas que são a base psicogenética da
educação lúdica (evolução psíquica e genética da criança), o que se opõe à
passividade, submissão, alienação, irreflexão, condicionamento de uma pedagogia
dominadora, opressora.
O jogo representa uma situação-problema a ser resolvida
pela criança e sua solução deve ser construída por ela mesma, de forma criativa
e inteligente.
Nessa perspectiva, é preciso que o educador repense o
conteúdo e a sua prática pedagógica, substituindo a rigidez, a passividade pela
vida, pela alegria, pelo entusiasmo de aprender, pela maneira de ver, pensar,
compreender e reconstruir conhecimento.
A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola, é
de encontrar um amigo, um guia, um animador, um líder, alguém que se preocupe
com ela, que a ajude a pensar, a perceber o mundo e seja capaz de dar-lhe as
mãos para construir com ela uma nova
história e uma sociedade melhor.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
EINSTEIN TAMBÉM TEVE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Nos primeiros anos de vida, Einstein teve dificuldades para se expressar através da fala e era lento para aprender, fato que, durante algum tempo, deixou seus pais preocupados. Nos primeiros anos escolares,
Einstein não se destacava nem pelas notas nem pela regularidade com que ia à escola. Mas seu caráter e a biblioteca do pai foram importantes na sua formação.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
DAR OU NÃO UM CELULAR PARA CONTROLAR O FILHO?
ROSELY SAYÃO
O telefone celular pode ser uma facilidade na comunicação dos pais com seus filhos? É bom pensar melhor nesse assunto já que não são mais apenas os filhos adolescentes que pedem e/ou ganham um celular: crianças cada vez menores já vão para a escola ou para os passeios com a turma levando seu celular. Como toda e qualquer atitude que os pais tomam com relação aos filhos, oferecer um celular também terá consequências educativas, por isso é preciso avaliar primeiramente esse ponto de vista -o mais importante- e só depois o lado prático e objetivo da situação.
Muitos adolescentes acham o máximo ter seu próprio celular. E os pais, auxiliados por essa fraqueza consumista dos filhos, tratam de tirar proveito dela e não perdem tempo: compram logo um telefone móvel para o filho. As intenções dos pais nem sempre são claras, mas, sem dúvida, esse recurso oferece a possibilidade de uma maior vigilância e controle dos passos dados pelos filhos. Doce ilusão!
A prática tem mostrado que os adolescentes usam o celular apenas na busca da própria comodidade, como na hora de chamar os pais para buscá-lo na festa ou quando termina o show. Mas, se por acaso ele diz que vai a algum lugar e depois vai a outro ou se resolve esticar o programa sem autorização, o celular é desligado, fica tocando em vão ou, providencialmente, fica sem bateria. Simples, não?
Agora, sem dúvida alguma, eles sempre têm o que falar e com quem falar horas e contas a fio -e quase sempre sem limite algum, a não ser o próprio. Isso significa discussões quando chega a conta, suspensão de uso etc. e tal. Até que chega um dia em que o filho, se for esperto, abdica do celular dado pelos pais e só vai voltar a usar um quando puder ter autonomia para decidir quando e como usar. Ponto para o adolescente que chega a essa conclusão!
Isso significa que os adolescentes não devem ter celular? Não. Isso significa que, até o momento, a maioria dos pais e também dos filhos ainda não aprendeu a usar esse recurso que a tecnologia moderna oferece de modo a tirar vantagens dele. Deve ter não apenas um, mas vários modos de usar o celular em benefício de ambos os lados, mas é preciso inventá-los ainda. Fica o desafio, principalmente aos jovens leitores desta coluna.
E quanto aos pais de crianças entre nove e 12 anos que acreditam ajudar a proteger o filho dando um celular a ele? Um bom exemplo é ver grupos de crianças dessa idade passeando no sábado à tarde nos shoppings devidamente armados com seus celulares. Tive a chance de ouvir uma breve conversa ao celular de uma garota de 11 anos, mais ou menos, com sua mãe. Ela ligou para perguntar a opinião da mãe sobre o lanche que pediria na lanchonete!
O celular não substitui a presença de um dos pais ou do adulto responsável pela criança em determinadas atividades que ela faz. O maior risco é os pais acreditarem nessa possibilidade, pois isso os leva a crer que podem permitir que os filhos façam coisas que, sem o celular, não permitiriam. Pois, mesmo com o telefone, não devem permitir. E, se há alguma atividade que ela pode fazer sozinha, o celular só pode atrapalhar. Ou alguém conhece criança com maturidade para administrar uma conversa ao celular e pegar o ônibus, por exemplo, ou atravessar uma avenida ao mesmo tempo?
Muitos pais dão o celular ao filho com menos de 12, 13 anos, porque assim ficam mais aliviados: podem ter acesso ao filho a qualquer momento e local. Isso significa que são os pais que precisam do celular, e não o filho. E, dessa forma, certamente o resultado não será benéfico na educação para a autonomia.
Quer dizer que uma criança não pode ser beneficiada com uso do celular? Dificilmente, pois é recurso da vida adulta. Isso significa que ela não deve ter um, mas não quer dizer que não possa usar um, de vez em quando, quando a família achar conveniente e necessário. Mas vale lembrar que isso é exceção, e não regra nas situações que ela vivencia.
O telefone celular pode ser uma facilidade na comunicação dos pais com seus filhos? É bom pensar melhor nesse assunto já que não são mais apenas os filhos adolescentes que pedem e/ou ganham um celular: crianças cada vez menores já vão para a escola ou para os passeios com a turma levando seu celular. Como toda e qualquer atitude que os pais tomam com relação aos filhos, oferecer um celular também terá consequências educativas, por isso é preciso avaliar primeiramente esse ponto de vista -o mais importante- e só depois o lado prático e objetivo da situação.
Muitos adolescentes acham o máximo ter seu próprio celular. E os pais, auxiliados por essa fraqueza consumista dos filhos, tratam de tirar proveito dela e não perdem tempo: compram logo um telefone móvel para o filho. As intenções dos pais nem sempre são claras, mas, sem dúvida, esse recurso oferece a possibilidade de uma maior vigilância e controle dos passos dados pelos filhos. Doce ilusão!
A prática tem mostrado que os adolescentes usam o celular apenas na busca da própria comodidade, como na hora de chamar os pais para buscá-lo na festa ou quando termina o show. Mas, se por acaso ele diz que vai a algum lugar e depois vai a outro ou se resolve esticar o programa sem autorização, o celular é desligado, fica tocando em vão ou, providencialmente, fica sem bateria. Simples, não?
Agora, sem dúvida alguma, eles sempre têm o que falar e com quem falar horas e contas a fio -e quase sempre sem limite algum, a não ser o próprio. Isso significa discussões quando chega a conta, suspensão de uso etc. e tal. Até que chega um dia em que o filho, se for esperto, abdica do celular dado pelos pais e só vai voltar a usar um quando puder ter autonomia para decidir quando e como usar. Ponto para o adolescente que chega a essa conclusão!
Isso significa que os adolescentes não devem ter celular? Não. Isso significa que, até o momento, a maioria dos pais e também dos filhos ainda não aprendeu a usar esse recurso que a tecnologia moderna oferece de modo a tirar vantagens dele. Deve ter não apenas um, mas vários modos de usar o celular em benefício de ambos os lados, mas é preciso inventá-los ainda. Fica o desafio, principalmente aos jovens leitores desta coluna.
E quanto aos pais de crianças entre nove e 12 anos que acreditam ajudar a proteger o filho dando um celular a ele? Um bom exemplo é ver grupos de crianças dessa idade passeando no sábado à tarde nos shoppings devidamente armados com seus celulares. Tive a chance de ouvir uma breve conversa ao celular de uma garota de 11 anos, mais ou menos, com sua mãe. Ela ligou para perguntar a opinião da mãe sobre o lanche que pediria na lanchonete!
O celular não substitui a presença de um dos pais ou do adulto responsável pela criança em determinadas atividades que ela faz. O maior risco é os pais acreditarem nessa possibilidade, pois isso os leva a crer que podem permitir que os filhos façam coisas que, sem o celular, não permitiriam. Pois, mesmo com o telefone, não devem permitir. E, se há alguma atividade que ela pode fazer sozinha, o celular só pode atrapalhar. Ou alguém conhece criança com maturidade para administrar uma conversa ao celular e pegar o ônibus, por exemplo, ou atravessar uma avenida ao mesmo tempo?
Muitos pais dão o celular ao filho com menos de 12, 13 anos, porque assim ficam mais aliviados: podem ter acesso ao filho a qualquer momento e local. Isso significa que são os pais que precisam do celular, e não o filho. E, dessa forma, certamente o resultado não será benéfico na educação para a autonomia.
Quer dizer que uma criança não pode ser beneficiada com uso do celular? Dificilmente, pois é recurso da vida adulta. Isso significa que ela não deve ter um, mas não quer dizer que não possa usar um, de vez em quando, quando a família achar conveniente e necessário. Mas vale lembrar que isso é exceção, e não regra nas situações que ela vivencia.
ROSELY SAYÃO é psicóloga,
consultora em educação e autora de "Sexo É Sexo" (ed. Companhia das
Letras); e-mail: roselys@uol.com.br
MANIFESTO 2000 PARA UMA CULTURA DA PAZ E NÃO-VIOLÊNCIA
Reconhecendo a minha cota de responsabilidade com o
futuro da humanidade, especialmente com as crianças de hoje e as das gerações
futuras, eu me comprometo - em minha vida diária, na minha família, no meu trabalho,
na minha comunidade, no meu país e na minha região - a:
1. Respeitar a vida e a dignidade de cada pessoa, sem discriminação ou preconceito;
2. Praticar a não-violência ativa, rejeitando a violência sob todas as suas formas: física, sexual, psicológica, econômica e social, em particular contra os grupos mais desprovidos e vulneráveis como as crianças e os adolescentes;
3. Compartilhar o meu tempo e meus recursos materiais em um espírito de generosidade visando o fim da exclusão, da injustiça e da opressão política e econômica;
4. Defender a liberdade de expressão e a diversidade cultural, dando sempre preferência ao diálogo e à escuta do que ao fanatismo, a difamação e a rejeição do outro;
5. Promover um comportamento de consumo que seja responsável e práticas de desenvolvimento que respeitem todas as formas de vida e preservem o equilíbrio da natureza no planeta;
6. Contribuir para o desenvolvimento da minha comunidade, com a ampla participação da mulher e o respeito pelos princípios democráticos, de modo a construir novas formas de solidariedade.
1. Respeitar a vida e a dignidade de cada pessoa, sem discriminação ou preconceito;
2. Praticar a não-violência ativa, rejeitando a violência sob todas as suas formas: física, sexual, psicológica, econômica e social, em particular contra os grupos mais desprovidos e vulneráveis como as crianças e os adolescentes;
3. Compartilhar o meu tempo e meus recursos materiais em um espírito de generosidade visando o fim da exclusão, da injustiça e da opressão política e econômica;
4. Defender a liberdade de expressão e a diversidade cultural, dando sempre preferência ao diálogo e à escuta do que ao fanatismo, a difamação e a rejeição do outro;
5. Promover um comportamento de consumo que seja responsável e práticas de desenvolvimento que respeitem todas as formas de vida e preservem o equilíbrio da natureza no planeta;
6. Contribuir para o desenvolvimento da minha comunidade, com a ampla participação da mulher e o respeito pelos princípios democráticos, de modo a construir novas formas de solidariedade.
AINDA DÁ TEMPO DE VOCÊ PARTICIPAR...!
AOS PAIS SEMPRE OCUPADOS
O pai moderno, muitas vezes perplexo e
angustiado, passa a vida inteira correndo como um louco em busca do futuro e
esquece do agora. A cada novo bem custa dias, semanas, meses de luta. Mas ele
está "realizando" o futuro de sua família. Não se contenta com um
emprego só - é preciso ter dois ou três; vender parte
das férias; levar parte para casa.
Esse homem se esquece de que a verdadeira
declaração de bens está em outra página do formulário do imposto de renda - naquelas modestas linhas, quase
escondidas, onde se lê: relação de dependentes. São os filhos que colocou no
mundo, a quem deve dedicar o melhor do seu tempo.
Novos demais, não estão interessados no aumento da
renda. Eles só querem um pai para conviver, dialogar, brincar.
Mas o pai, porque se entregou de tal forma à
construção do futuro, não os levou ou buscou no colégio; nunca foi a uma festa
infantil; não teve tempo para assistir à coroação de sua filha como rainha da
primavera.
Há filhos órfão de pais vivos. Há irmãos crescendo
como verdadeiros estranhos. Só se encontram de passagem em casa. E para ver os
pais é quase preciso marcar hora.
Depois de uma dramática experiência pessoal e
familiar, a mensagem que tenho para dar é: não há tempo melhor aplicado do que
aquele destinado aos filhos.
Aos 18 anos de casados, passei 15 absorvido pela
construção do futuro para três filhos e minha mulher.
Isso me custou longos afastamentos de casa:
viagens, estágios, cursos,plantões no jornal, madrugadas no
estúdio da televisão... Uma vida sempre agitada, tormentosa e apaixonante, na
dedicação à profissão - que foi, na verdade, mais importante do que minha
família.
Agora, estou aqui com o resultado de tanto esforço:
construir o futuro,penosamente, e não sei o que fazer com ele, depois da perda
de Otávio e Priscila.
De que vale tudo que juntei, se esses filhos não
estão mais aqui para aproveitar? Se o resultado de 30 anos de trabalho fosse consumido agora por um
incêndio e, desses bens todos, não restassem nada mais do que cinzas, isso não
teria a menor importância; não ia provocar o menor abalo em nossa vida, porque
a escala de valores mudou e o dinheiro passou a ter peso mínimo e relativo em
tudo.
Se o dinheiro não foi capaz de comprar a vida de
meu filho amado que se drogou e morreu; se não foi capaz de evitar a fuga de
minha filhinha, que saiu de casa e prostituiu-se, e dela não tenho mais
notícias, para que serve? Para que ser escravo dele?
Eu trocaria - explodindo de felicidade - todas as
linhas da declaração de bens por duas únicas que tive de tirar da relação de
dependentes: os nomes de Luiz Otávio e de Priscila. E como doeu retirar essas
linhas na declaração de 1986, ano base 1985.
Depoimento
de um jornalista
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